Seu amor me veio como um veneno, doses lentas, morte lenta.
Suas doses me foram aplicadas por seus olhares e seus sorrisos e seus toques e
seus beijos e seu abraços e suas palavras sem nexo. Suas doses semanais me eram
como uma droga alucinógena e cada vez eu queria mais, queria que fossem diárias
e se tornaram nulas. Você se foi, saiu aqui do meu lado. Meus pés sentem falta
de andar ao lado dos seus. Mas você não quer perceber, não quer entender, não
quer aceitar e não quer acabar com a falta que me faz, não quer ser a minha
cura. E estar fisicamente longe não te tirou de mim, você permanece aqui, a sua dor se mantém em mim, o seu veneno
continua a ser aplicado: me restaram lembranças.
Eu não sei porque,
mas você insiste em me doer.