Quando eu estava me convencendo a não te pensar, passei por uma placa
que tinha o teu nome. Minto. Não era o nome. Era teu apelido, aquilo que
tu gostavas de ter por nome e eu insistia em não dizer. Eu gostava de
falar o teu nome - com todas as seis letras que ele me permitia. Eu
gostava do inteiro. Sem metades. Sem faltas. Sem abstinências. Tu sempre
quis ser em mim um vazio, um vão. Tudo teu que
tem em mim é saudade do que não fora, do que não é. Tu não veio por
completo. Tu veio com faltas e falhas e mentiras e promessas. Eu odiava
ouvir tuas promessas e tuas falsas juras de amor. Tu me mentia. Tu me
fazia ousar pensar em te acreditar. Te acreditei... E hoje estou
tentando não te pensar. Porque tu sempre quis ser em mim apenas três
letras.